domingo, 9 de outubro de 2016

Literatura Brasileira

|sugestão literária|Dom Casmurro – A obra que eternizou uma grande dúvida nos leitores de Machado de Assis.

O narrador protagonista, Bento Santiago, nos faz a honra de apresentar os acontecimentos do romance entre Bentinho e Capitu, desde os tempos de infância em que conviveu com a família no casarão de Matacavalos.


Muitos foram os acontecimentos que fizeram desta obra uma das melhores e mais conhecida de Machado de Assis, mas aqui começa tudo que foi relevante na vida do então Bentinho:
Certa vez o menino ouve dona Glória, sua mãe e José Dias, um agregado que vivia com a família, conversando sobre o desejo de mandá-lo para o seminário para pagar uma promessa feita antes de seu filho nascer. Haja visto que já havia perdido um filho e que se tivesse a graça de engravidar novamente de um menino, o faria padre.
Neste tempo, Bentinho já guardava um grande sentimento de amizade com a filha de Pádua, Capitolina (Capitu) e foi imediatamente, furioso, contar tudo para a garota, que ouve com muita atenção e começa a planejar algo para ajudá-lo a se livrar desta obrigação. Mas infelizmente todos os planos falham e Bento Santiago vai para o seminário mas antes de partir o menino promete casar-se com Capitu, selando este compromisso com um beijo.
Enquanto Bentinho estuda no seminário, Capitu se aproxima de dona Glória e começa a ser bem quista perto de seu filho.
Ao chegar ao seminário, o garoto conhece Ezequiel de Souza Escobar, que se torna seu melhor amigo. Em uma visita a sua família, Bentinho leva Escobar e Capitu o conhece. Escobar é quem encontra a solução de como resolver o problema da promessa: a mãe, em desespero, prometera a Deus um sacerdote que não precisava, necessariamente, ser Bentinho. Por isso, no lugar dele, um escravo é enviado ao seminário e ordena-se padre. 
Resolvido este problema, Bentinho vai estudar direito no Largo de São Francisco, em São Paulo. Quando conclui os estudos, torna-se o doutor Bento de Albuquerque Santiago. Ocorre então o casamento tão esperado entre Bento e Capitu. Escobar, por seu lado, casara-se com Sancha, uma antiga amiga de colégio de Capitu.
E o tão sonhado: Viveram felizes para sempre finalizaria este romance. Porém, na verdade este enlace nos reservaria muito mais pontos a serem discutidos pelos leitores por gerações.
Os problemas posteriores foram aparecendo a partir do desejo do casal ter filhos e este demora a chegar, no entanto Escobar e Sancha logo tiveram uma menina chamada Capitolina. Somente depois de alguns anos, Capitu engravida de um menino e o casal retribuiu a homenagem dos amigos, colocando o nome da criança, Ezequiel.
A partir daí os amigos vivem uma amizade intensa, convivência contínua em suas casas e companheiros em tudo. Até que um dia, Escobar, nadador experiente morre afogado.
Os momentos pós-morte do amigo passam a ter acontecimentos que transformariam para sempre a vida do narrador em um tormento constante para o casal que viveram dias intensos de solidão e insegurança.
Bento enxerga no filho a figura do amigo falecido e fica convencido de que fora traído pela mulher.


Depois resolve suicidar-se, mas quando Ezequiel entra em seu escritório, decide matar a criança, mas desiste no último momento.
Cego de ciúmes, Bentinho diz ao garoto, então, que não é seu pai. Capitu escuta tudo e lamenta.
Após inúmeras discussões, o casal decide separar-se. Logo após viajam para a Europa, a fim de esconder tamanho escândalo da sociedade.
O protagonista retorna sozinho ao Brasil e se torna, pouco a pouco, o amargo Dom Casmurro.
Por fim, os fatos que levaram ao desenlace do romance nada ficaram comprovados. Uma obra contemporânea apesar de ter sido escrita em 1.900 nos faz lembrar que existem tantos outros Bentinhos que desconfiam de suas amadas e carregam sentimentos que destroem um relacionamento que poderia ser firmado no amor, confiança e companheirismo.
Sabe-se apenas que Capitu morreu no exterior e seu filho, Ezequiel tentou aproxima-se do pai, mas Dom Casmurro novamente o rejeitou!
O destino de Ezequiel é infeliz até a morte em Jerusalém por febre tifoide.
No fim da vida o narrador constrói uma casa parecida com a que vivia na infância, o fim da vida foi triste e nostálgico. Carregou consigo a amargura e dúvida que nos fez junto com ele tomar partido de um dos dois amantes, pois não há fatos que comprovem a tal traição, apenas o olhar de cada leitor machadiano consegue dizer se Capitu traiu ou não traiu Bentinho.

E você o que acha sobre essa história?
Acredita que essa traição aconteceu realmente ou não? (deixe nos comentários sua opinião)


Professora de Literatura Brasileira
Guarulhos – S. Paulo

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