sábado, 12 de novembro de 2016

Alfajor: um doce com vários motivos para se tornar popular


Alfajor argentino, estilo Marplatense. Foto: @lasvirginiasalfajores

Alfajor andaluz ou "alaju". Foto: sevilla.abc.es
A palavra “alfajor” provém da palavra hispano-árabe “al-hasú” (recheio). O alfajor produzido em muitos países de América Latina é um doce composto por duas ou três camadas finas de massa assada e unidas entre si por um doce (como por exemplo, doce de leite, marmelada ou geleia de frutas) e que pode estar coberto total ou parcialmente por chocolate ou merengue, entre outras coberturas. O “alaju”, de origem árabe, forma parte dos doces natalinos na Andaluzia e Múrcia (Espanha) e é feito de uma pasta de amêndoas, mel, nozes, pão e especiarias.
História e consumo na Argentina
O alfajor é o doce ícone e forma parte da vida cotidiana do argentino. Tanto é que na atualidade se consomem mais de 900 milhões ao ano, o que significa que cada argentino come uma média anual de 20 alfajores, sendo uma das indústrias que mais cresce na Argentina.
O consumo médio anual de um argentino é de 20 alfajores. Foto: "La Nación" (Argentina)

A verdadeira origem do alfajor latino-americano não é bem conhecida; algumas pessoas pensam que pode ter chegado da Espanha através de imigrantes andaluzes e ter sido reformulado no nosso continente. Outros acreditam que a elaboração deste doce começou em 1851 na cidade de Santa Fé (Argentina), quando Hernegildo Zuviria criou o alfajor santafezino, inspirado no costume popular de passar doce de leite ou geleias nos biscoitos e então simplesmente decidiu criar uma combinação destes produtos, chegando a o que hoje se conhece como alfajor.
A industrialização aconteceu alguns anos depois, em 1869, quando o químico francês Augusto Chammas chegou na Argentina para instalar uma empresa familiar dedicada à elaboração de doces. No entanto, a produção massiva só aconteceu em 1947, no litoral argentino, na cidade de Mar del Plata, mediante a criação da marca Havanna e posteriormente da marca Balcarce em 1958. O alfajor foi durante muitos anos a lembrancinha trazida para familiares e amigos como o símbolo das férias no litoral.

Na atualidade, existem uma infinidade de marcas e praticamente cada região do pais possui uma variedade de alfajor diferente. Dentre os alfajores regionais destacam-se:
Marplatense: o mais conhecido e carro-chefe da marca Havanna, leva este nome por ter sua origem na cidade de Mar del Plata, litoral argentino.
Cordobés: Allfajor de massa mais firme, com gostinho de mel e geralmente recheado de doces de frutas ou marmelada e coberto com glacê.
Alfajor Cordobés, foto: @lasvirginiasalfjores

Santafesino: Possui várias camadas de biscoitos folhados, recheados de doce de leite e cobertos com merengue.

Alfajor Santafesino, Foto: pampasdeli.se

Tucumano: também conhecido como “Clarita” possui uma massa semelhante ao santafesino mas é recheado de um doce feito com melaço de cana.
Outros alfajores muito populares, de produção principalmente artesanal e bem tradicionais nos aniversários de crianças, são os alfajores de maizena, de massa leve e recheados com doce de leite e coco envolta da união de ambos biscoitos.
Alfajor de Maisena, Foto: @lasvirginiasalfajores

O alfajor em outros países de América Latina
A Coordenadora das Industrias de Produtos Alimentícios (Copal) da Argentina, indica que o país exporta 2.637.487 de quilos, sendo o principal destino o Chile (40%) seguido pelo Uruguai (20%). O alfajor chileno é muito semelhante com o argentino. È recheado com “manjar” e banhado em merengue ou marmelada e açúcar impalpável. O alfajor é produzido em todo o país, sendo conhecido como “doce de maizena” ou “chilenito”.
No Perú, o alfajor consiste em discos de massa unidos por “manjar branco” (doce de leite) e cobertos com açúcar impalpável. A indústria do alfajor também é de grande importância neste país, existindo diversas variedades regionais como o “alfajor arequipeño”, “alfajor moquecano”, “alfajor camote” e “alfajor de mel”, entre outros.

Alfajor Peruano, Foto: perudelights.com

Na Colombia o alfajor se compõe de biscoitos amanteigados recheados com “arequipe” e coco ralado ou amendoim envolta da união de ambos biscoitos.
O alfajor no Brasil
No Brasil, o alfajor argentino é um doce muito apreciado, mas não amplamente difundido. A pergunta que recebo mais frequente é: isso aqui é pão de mel?  Qual é a diferença com o pão de mel? Por incrível que pareça, muitas pessoas jamais escutaram falar deste doce. Algumas tiveram contato através de uma viagem a Buenos Aires e outras através da marca Havanna, pioneira em trazer o alfajor argentino ao Brasil no ano 2006. Esta marca possui tanto loja online como stands em alguns dos principais shoppings do país, mas devido a seus altos preços, o alfajor Havanna continua sendo restrito a um público seleto.
Quiosque da marca Havanna
Nos últimos anos, outras marcas têm ingressado no pais e inclusive algumas marcas brasileiras têm apostado na fabricação própria (como Cacau Show, Rei do Mate e Kopenhagen), mas mesmo assim os preços ainda são altos e, portanto, o alfajor ainda não é um doce popular. Alfajores regionais como o cordobés ou o alfajor de maizena, são praticamente desconhecidos pelo público brasileiro.
E você ainda não experimentou? Ficou com vontade?
Então aí vão algumas dicas:
* Compre dos produtores artesanais, eles terão o maior prazer em atendê-lo e até personalizar seus alfajores de acordo com as suas preferências de sabores e apresentações;
* Terá com certeza maior qualidade a um preço mais accessível;
* Procure sempre alfajores elaborados com um excelente doce de leite, já que este é o principal ingrediente e é um diferencial em um alfajor de qualidade;
* Experimente os alfajores regionais e, em especial, o alfajor de maizena, garanto que não se arrependerá!;
*Atreva-se a inovar nos seus eventos e ofereça mini alfajores aos seus convidados. Eles vão amar e se surpreender! Alfajor não tem erro, tem para todos os gostos!
Finalmente convido vocês a me conhecer e a conhecer o meu trabalho.











E se você já é um apaixonado do alfajor, ajude a divulgar para que o alfajor se torne popular!



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